domingo, 18 de dezembro de 2016

Apresentação do TCC

A minha apresentação para a professora de TCC foi antecipada em uma semana. Não seria problema se eu não estivesse trabalhando a semana antecedente à apresentação. (Trabalho em um acampamento, então acabo trabalhando o dia todo e não oito horas diárias).

No dia da apresentação não estaria no acampamento, então teria tempo para montar os slides e treinar um pouco.

O que eu não contava é que passaria o dia correndo atrás de problemas do carro e imprimindo, encadernando e levando as cópias de monografia para entregar à banca. Para ajudar, assim que saí da papelaria começou a chover.


Cheguei na faculdade às 18:55 e a minha apresentação estava programada para 19:30. Quando entrei na sala, estavam encerrando uma apresentação. A professora perguntou se eu queria ser o próximo, mas avisei que ainda não havia terminado o meu Power Point. Pra ser sincero, não havia começado.

Durante as outras duas apresentações produzi a apresentação. Foi o tempo que tive para estudar também.

Enquanto o último trio encerrava a apresentação, eu estava colocando as referências nos slides.

Pensei que não conseguiria apresentar por 10 minutos. Foram 18, passei 15.

A minha professora me parabenizou e apenas sugeriu que diminuísse o texto de dois ou três slides para reduzir o tempo de apresentação.

A grande pergunta era: conseguirei me antecipar na apresentação para a banca?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

TDAH X RELACIONAMENTO


Vou contar para vocês a história de um casal chamado João e Maria.

João e Maria tinham uma grande diferença de idade. Eles também tinham uma grande diferença de personalidade. João era todo extrovertido, rodeado de amigos, falante ao extremo, desorganizado e muito desastrado. Maria era tímida, não saia muito de casa, era centrada e responsável.

Quando os dois começaram a namorar, os amigos de João diziam que o namoro nunca daria certo, pois Maria nunca aguentaria o seu jeito. Mas durante quase três anos eles foram felizes.

O casal nunca havia brigado, porém Maria há muito tempo reclamava de João. Ela se sentia sozinha, cobrava a presença do namorado, gostaria que ele encontrasse um emprego convencional, estava insatisfeita com a maneira que ele andava se comportando.

Certo dia, os dois tiveram uma discussão. João disse coisas das quais sabia que iria se arrepender e deixou Maria falando sozinha no quarto.

João sempre foi muito tranquilo com o fim de seus relacionamentos. Sofria por alguns dias e logo estava tocando a vida. Ele sempre dizia que se um dia ele e Maria terminassem, ele sabia que Maria se abalaria, mas ele apenas seguiria em frente. E foi o que aconteceu no começo.

Uma semana após o término, a ficha de João começou a cair. Diversas vezes ele tentou reatar o namoro e Maria sempre foi categórica em dizer que não voltaria.

O rapaz culpava o TDAH. Enviou vários vídeos e textos sobre o assunto para a ex-namorada, que demonstrava não se importar com a condição. Maria acreditava que João não queria mudar e ela não estava disposta a passar o seu futuro com o homem que ela via nele.

Durante um ano João sofreu por ter perdido a pessoa amada. Maria também ficou chateada, pois abriu mão de alguém que amava, pois não via futuro na relação. Mas ela seguiu em frente. Todo esse tempo foi necessário para que João entendesse que por mais que ele amasse Maria, ela nunca aceitaria os seus "defeitos".

Eu sou João. E assim como eu também existem muitos outros João por aí, sofrendo pois gostariam que suas parceiras os compreendessem, torcendo para que as suas Maria os acompanhe durante a sua jornada.

Confesso que hoje ainda sinto saudade. Sinto falta da nossa cumplicidade, das conversas ao longo do dia, de contar como foi o dia de trabalho antes de dormir. Mas, toda vez que lembro que ela disse que eu afundaria o futuro que ela planeja construir, um punhal perfura meu peito e me liberta um pouco mais. Por isso, Maria, saiba que toda vez que João te magoar ou se magoar ele vai lembrar e se torturar por isso por toda a sua vida.

Se você, homem ou mulher, é um João, recomendo que antes de qualquer coisa analise o teu relacionamento. Se vocês se amam e passam por cima das adversidades para ficarem juntos, continuem assim. Se vocês estão buscando ajuda e a tua Maria já sabe como você age e que muitas vezes as coisas fogem do seu controle, continue assim. Agora, se a Maria não está disposta a conhecer mais sobre o TDAH, conversar com o teu médico e, muito menos, está disposta a encarar os teus sintomas, pule para a próxima da fila. Vocês não vão dar certo, independente do quanto de amor esteja envolvido.

Se você é uma Maria e está disposta a encarar o desafio, parabéns! Conheça melhor o transtorno e os seus sintomas, entenda como o teu namorado age. Acredite que quando ele diz que não quer discutir é porque ele tem medo de dizer coisas que podem te machucar e ele vai se ferir com isso, aceite que muitas vezes ele vai precisar de alguns momentos de reflexão. Deixe-o sozinho por um tempo. Caso não esteja preparada, deixe-o ir.

Ame quem te quer bem, João. Se Maria não aceita a sua condição de TDAH, Maria não aceita você. Se Maria não ama você com os teus sintomas, ela não te ama por completo.

Como diz a música da banda Jota Quest: "Afinal, será que amar é mesmo tudo?". Não demorei muito a entender a música, mas demorei a aceitar.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

TCC na última hora!

Este ano estava determinado a terminar a faculdade. Faltam apenas cinco disciplinas e o TCC. Sim, o trabalho de conclusão de curso, também conhecido como monografia, o motivo pela insônia da grande maioria dos acadêmicos prestes a se formar.

É sobre o pesadelo do TCC que quero falar na postagem de hoje.

Os universitários passam um ano ou mais se martirizando por causa deste trabalho. Dei início ao meu em 2006, foram dez anos de pausa e tudo o que tinha pronto eram a introdução e o primeiro capítulo. Todo o resto do trabalho e do material de pesquisa havia se perdido. Emprestei os livros, as monografias, artigos, revistas e matérias que tinha e nunca me devolveram.

Como eu só retornaria no segundo semestre, resolvi adiantar alguma coisa durante o primeiro semestre. Doce ilusão. Como esperando, a ideia não passou de vontade.


O grande desafio foi quando descobri que tinha quatro dias para entregas as primeiras partes do trabalho. Eu só tinhas duas partes prontas. Passei a sexta-feira na biblioteca, tudo o que fiz durante o sábado foi perdido (sete horas de trabalho), retomei no domingo o que havia perdido no sábado e na segunda-feira finalizei o trabalho. Faltava apenas os pré-textuais (sumário, capa, contracapa, resumo, dedicatória e agradecimentos. Descobri então que precisava entregar 19 páginas, eu tinha 31.

Em quatro dias acabei finalizando o que deveria ter feito em um ano. Certamente eu não teria conseguido tão rápido se não fosse a pressão da entrega e o medicamento. Prometi que não falaria sobre as medicações por enquanto e ainda não falarei. Mas não posso negar que eles estão me dando uma baita ajuda.

Logo devo contar como foi a apresentação para a minha sala. Será que me organizei com antecedência ou deixei tudo para a última hora? Façam as suas apostas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Saudades da terapia


Faz um ano que parei com a terapia e sinto muita falta. Hoje estou muito bem, mas acredito que se não tivesse parado a evolução teria sido maior e mais rápida.

Como não tenho uma agenda fixa, estava faltando muito às sessões, então decidi interrompê-las e voltar quando tivesse uma melhor periodização. 

Para muitas pessoas psiquiatras são para loucos e psicólogos não são necessários, já que podemos conversar de graça com os nossos amigos. A questão é que a psicoterapia não trabalhava apenas os meus problemas cotidianos, eu estava trabalhando pouco a pouco com todos os setores afetados pelos TDAH. 

Como já disse em alguns posts, consegui me reorganizar financeiramente, estava começando a me organizar melhor e, finalmente, consegui um excelente resultado em todas as primeiras provas do semestre. Sem o tratamento não sei se teria me saído bem em todas as disciplinas.

Agora me encontro na mesma fase que no ano passado, quando encerrei as sessões. Já conversei com o meu psiquiatra e ele já fez o encaminhamento para retornar com a psicóloga. Só preciso esperar a correria passar e retornar.

Desejem-me sorte!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

10 coisas que adultos com TDAH gostariam que seus parceiros soubessem

Este texto não é gringo e foi traduzido por um vídeo que a legenda acaba travando. Então decidi fazer a minha própria versão para ele.


1 - Eu sou uma pessoa, eu tenho sentimentos e capacidade para dar e receber amor. E eu anseio por compaixão, compreensão e cuidado na minha vida, assim como você. Meu processo de pensar e meu estilo de aprender são diferentes, mas isso não muda minhas necessidades emocionais.

2 - Lembre-se de encontrar prazer no fato de eu ser único.

3 - Nunca assuma que uma palavra sem cuidado foi intencional até ter conversado sobre isso comigo.

4 - Aprenda ao máximo sobre o TDAH. Esse aprendizado me dará credibilidade.

5 - Conheça meus atributos positivos e meus pontos fortes e não se prenda às minhas faltas e deficiências.

6 - Eu tenho TDAH e não posso fugir ou acabar com ele. Eu posso, entretanto, aprender como gerenciar os sintomas. Alguns dias eu estarei melhor que outros.

7 - O TDAH pode me deixar distraído. Se você tiver alguma coisa importante para conversar comigo, por favor, deixe para fazê-lo quando as distrações forem mínimas. Sente-se comigo, desligue a TV e tenha certeza de que as crianças estão no quarto.

8 - Afirme que sou amável e que você me ama apesar das minhas falhas.

9 - Pelo fato de eu ter TDAH, não conclua que todos os problemas da relação são minha culpa. Conheça suas responsabilidades pelas dificuldades e tome ações para corrigir isso. Tratar-me como um parceiro em pé de igualdade demonstra que você me respeita como pessoa.

10 - Eu não uso o TDAH como desculpa pra tudo!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Reorganização financeira x TDAH

Foram sete anos entre a minha primeira e a segunda consulta. O segundo profissional que procurei, que por sinal, foi o mais caro, afirmou apenas com cinco minutos de conversa que era impossível eu ter TDAH, pois na época eu trabalhava com teatro. Um ator não conseguiria decorar um texto se portasse TDAH, foi o que alegou o profissional.

Minha mãe, pedagoga, e minha irmã, psicóloga, me pressionaram para procurar ajuda novamente.

Quase dez anos após a primeira consulta comecei a psicoterapia. Na época, a minha estava um caos: namoro em crise, financeiro no vermelho, prestes a abandonar o que fora a minha vida por oito anos e com uma séria decisão a tomar.

E este foi o motivo inicial pela busca de ajuda. Com toda a minha desorganização acabei arranjando uma dívida, que descobri tarde demais. Em pouco tempo precisava acertar o que devia, pagar a minha rematrícula na faculdade e me reestruturar financeiramente, o que no momento era praticamente impossível.

A primeira coisa que a minha psicóloga me mostrou foi que era possível reestruturar a minha vida apenas com algumas mudanças, alguns exercícios e seguindo uma certa rotina.

Abri mão de um de meus cartões, que hoje está sobre a custódia de minha irmã, eliminei gastos, passei a controlar mais a minha planilha de entradas e saídas e após poucos meses já não estava mais no vermelho. Na verdade, já conseguia terminar os meses ainda com dinheiro na carteira.

 Sobre a questão financeira inicial, eu quitei a dívida com o dinheiro da rematrícula e adiei a volta pra faculdade em mais um ano, o que faria diferente se fosse hoje. Com certeza buscaria uma forma de fazer a rematrícula e acertar a dívida ao mesmo tempo.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Coisas boas do TDAH!

A gente costuma ver apenas o lado negativo do TDAH. Pois saiba você que o TDAH também tem o seu lado positivo.
Então deixe de lado o vitimismo e, por mais que muitos sofram com o transtorno, há muitas coisas piores por aí para se lamentar.
Por isso vou apresentar uma lista com 63 características positivas que pessoas TDAH geralmente possuem:


1. Sensíveis
2. Têm compaixão
3. Empatia: conseguem se colocar no lugar do outro
4. Sentem intensamente
5. Não guardam ressentimentos
6. Têm personalidade atraente, intrigante
7. Têm bom coração
8. Fazem bom juízo de caráter
9. Têm carisma
10. São extrovertidas
11. Têm presença
12. Têm percepção acurada, parecem ver o que ninguém mais vê
13. Intuitivos (quando você não presta atenção em coisas porque está distraído, você aprende a deduzir as coisas, sabe? Juntar as peças do quebra-cabeças)
14. Observadores (pode parecer falta de atenção, mas geralmente é excesso de atenção) 
15. Conseguem ver relações únicas entre coisas e pessoas
16. Vêem através da superfície. Não vê tanto a "embalagem" quanto o conteúdo das pessoas, das situações e dos problemas.
17. Visionários
18. Sonhadores
19. Visuais
20. Pensam rápido
21. Pegam rápido a parte essencial das coisas.
22. Cheios de insights
25. Inquisitivos
26. Imaginativos
27. Innovativos
28. Criativos por natureza (inclusive quando se trata de resolver problemas)
29. Inventivos
30. Flexíveis
31. Talentosos
32. Trabalham duro
33. Engenhosos
34. Originais
35. Correm riscos (às vezes isso pode ser bom! )
36. Com frequência vêem as coisas de uma forma única
37. Ótimos em encontrar coisas que estavam perdidas ( temos anos e anos de prática nessa área) 
38. Multi-talentosos, conseguem até fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.
38. Cômicos e com um ótimo senso de humor
39. Espontâneos
40. Divertidos
41. Amáveis (querido)
42. Cheios de energia
43. Entusiasmados
44. Atléticos (gostamos de nos mexer)
45. Do grupo, são os que têm menos chance de ficarem presos numa rotina chata ou de se tornarem velhos rabugentos
46. Adaptáveis
47. Costumam fazer mais coisas porque querem do que porque deveriam.
 48. Dedicados quando fazem algo que estão com vontade de fazer
49. Otimistas
50. Têm a mente aberta
51. Confiáveis
52. Não costumam ser cheios de segredos
53. Têm os pés no chão
54. Querem muito ser aceitos e estão dispostos a batalhar por isso.
55. Respondem à reforços positivos (elogios, gratificações, presentes...)
56. São rápidos e eficientes se gostam do que estão fazendo.
57. Intensos quando estão interessados em algo ou alguém
58. Difíceis de enganar
59. Leais
60. Humildes ( não é difícil desenvolver senso de humildade quando sempre tem alguém lhe dizendo o que há de errado com você)
61. Resilientes (a capacidade do indivíduo sobre por-se e construir-se positivamente frente às adversidades)
62. Apaixonado pelas coisas que faz
63. Tenazes, obstinados.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Adulto TDAH possui sintomas diferenciados

Veja alguns sinais que podem indicar a existência da doença:

Falta de foco: Assim como crianças, adultos portadores de TDAH apresentam dificuldade de prestar atenção em detalhes e acabam cometendo erros por descuido em atividades cotidianas. No trabalho, eles tendem a adiar tarefas que julgam desinteressantes ou desagradáveis.

Atrasos frequentes: Ao contrário do que acontece com as crianças, que normalmente têm os pais para organizar suas tarefas, os adultos com o transtorno costumam se atrasar com frequência ou deixam de cumprir compromissos. 

Rotina desorganizada: A dificuldade de estabelecer prioridades é frequentemente identificada nos portadores do transtorno, que demoram mais do que o normal para organizar ou terminar uma tarefa antes de iniciar a outra. Isso deixa a rotina deles desorganizada, e dá a impressão que não têm tempo para executar as tarefas. 

Dificuldade de manter relacionamentos: Conforme a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, aproximadamente 25% dos adultos com TDAH podem ter sérios problemas de conduta antissocial, o que prejudica tanto as relações sociais como afetivas. 

Ansiedade e estresse: Nos adultos, sintomas como estresse e ansiedade são mais associados à rotina muito agitada e, raramente, levam as pessoas a um médico que possa fazer o diagnóstico preciso do transtorno. Pacientes com TDAH sofrem de ansiedade por não conseguirem se enquadrar nos padrões de trabalho, por exemplo, o que leva a quadros graves de estresse e depressão. 

Problemas ao dirigir: Assim como as crianças, os adultos com TDAH têm dificuldades de realizar tarefas que exijam concentração por um tempo prolongado, como dirigir. Eles tendem a se distrair facilmente, olhando para rádio, celular e perdendo o foco na direção.

Perda de prazos: Com um estilo de vida bastante desorganizado, normalmente esses adultos esquecem de pagar contas em dia e cumprir prazos que são estabelecidos, tanto por não recordarem as datas como por não conseguirem estabelecer uma agenda para entregar tarefas.

Dificuldades sociais: Em geral, os portadores de TDAH são impacientes, tomam decisões precipitadas e, muitas vezes, se arrependem daquilo que fazem impulsivamente. Isso dificulta o convívio social e profissional.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Após a medicação - TDAH


Há algumas semanas fiz uma postagem na fanpage dizendo o quanto estava feliz, mas não especifiquei o motivo. A grande razão é que após tanto tempo tive a minha primeira semana acadêmica tomando medicamento.

Prometi que demoraria para escrever sobre medicação, pois sei que depoimentos podem influenciar muito na opinião de outras pessoas. Por este motivo, um dia farei um post falando sobre o antes e depois e quais os medicamentos que tomo, mas hoje este não é o objetivo principal.

O real motivo da minha felicidade é que pela primeira vez eu percebi o momento em que os meus pensamentos começaram a se desviar da explicação do professor. Eu respirei fundo e falei para mim mesmo "Amigão, se você for não vai conseguir voltar. Continue prestando atenção!". E, magicamente, a minha atenção se voltou para a aula e me mantive atento até o final.


Um momento, apenas um momento de desatenção. E durou apenas alguns segundos.

Há dois anos, quando estava tendo a mesma aula, prestava atenção por cinco minutos e já estava pensando em o que faria saindo da aula, em como havia sido o meu dia e nos planejamentos que não havia terminado de fazer.

Para muitos pode parecer uma coisa boba, mas para mim foi uma grande vitória. Sim, hoje eu entendo perfeitamente que a medicação é necessária, que a psicoterapia é extremamente necessária e está fazendo falta e, principalmente, que não sou pior que ninguém por precisar de mecanismos externos para me manter focado no que a grande maioria consegue fazer sozinha.

sábado, 20 de agosto de 2016

Procurando Dory e a falta de memória


Não é preciso ser muito gênio para perceber que o filme procurando Dory foi muito mais do que um desenho infantil. A animação tratou com sutileza e maestria sobre alguns transtornos cognitivos.

No primeiro filme muitos diziam que a Dory possuía transtorno do Déficit de Atenção, mas mesmo que alguns sintomas apareçam diversas vezes no filme, tudo o que sabemos é que ela sofre de perda de memória.

Assistindo ao filme, me vi muitas vezes no lugar da Dory e vi não apenas os meus pais, mais outras pessoas e até eu mesmo (como pai) no lugar do Marlin, o pai do Nemo. A Dory não compreende a sua limitação e por isso não se incomoda com as repreensões. O Marlin não compreende o jeito da peixinha desmemoriada e, com o passar do tempo, acaba se irritando com os repetitivos erros dela. Na vida as coisas acontecem da mesma maneira. A diferença é que muitos não conseguem entender que não é proposital e que culpar não vai mudar a situação e evitar que isso ocorra novamente.

O Marlin compreendeu e até mesmo se sentiu culpado por isso.

E você? Quantas vezes estourou com alguém e depois ficou com vergonha por precisar se desculpar?

No vídeo eu falo um pouco mais sobre o que senti assistindo ao filme. Se você ainda não o viu, não perca tempo, pois vale muito a pena.



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Frustrações



"Eu estou estudando e trabalhando para montar o meu futuro e você vai destruir tudo o que eu conquistei"

"O Diogo se formou depois de você e já está construindo o império dele"


Estas são algumas entre as diversas frases negativas que ouvi há algum tempo, mas ainda ecoam na minha cabeça como se eu as tivesse ouvido hoje.

Ninguém gosta de se frustrar, principalmente nós TDAH, que somos fadados a passar por frustrações. Não ir tão bem em uma prova, bombar em alguma disciplina, desistir da faculdade, desmotivação com o emprego, ser demitido, terminar o relacionamento, tudo isso ocorre com frequência na vida do TDAH e a falta de compreensão ajuda a gerar feridas internas.

Eu poderia falar dos TDAH em geral, mas hoje vou falar um pouco sobre mim.

Em 2004 iniciei a licenciatura em Educação Física, por diversas vezes tranquei a minha matrícula, algumas disciplinas cheguei a cursar até três vezes e até hoje não conclui o curso. Embora eu tenha feito várias coisas nesse espaço de tempo  trabalhei em vários lugares, viajei, trabalhei viajando... — muitas vezes me considero dez anos atrasado. Não por me sentir assim, mas por ainda estar na mesma situação acadêmica em que me encontrava há dez anos.

O Diogo, o cara que se formou e está construindo o império dele, continua trabalhando no mesmo lugar, com o mesmo patrão (ganhando mais, é claro), ainda vive manhã, tarde e noite reclamando que não ganha o suficiente e nesses 10 anos viajou nas férias apenas três vezes. Não quero ter que passar a vida longe da minha família para que o meu império cresça.

Demorei muito tempo para entender que eu precisava de ajuda e buscar por ela. Mas, enfim, o fiz. Estou engatinhando, redefinindo o meu futuro, correndo atrás das minhas metas e, finalmente, começando a compreender que as pessoas que diziam que eu não iria ser ninguém na vida não estavam falando por me amar. Quem me ama são as pessoas que estão ao meu lado, que me ajudaram quando pedi e que, mesmo que não tenham dito, estão ao meu lado, me apoiando e me ajudando a chegar lá.

Se aquelas frases ainda doem? Sim doem até hoje. Mas já não sangram mais. Pouco a pouco elas vão cicatrizando e um dia elas vão se curar e serão apenas marcas de que um dia eu passei por aquilo e superei. Como o ponto no meu nariz de quando caí em cima da mamadeira de vidro aos três anos. Sei que aconteceu porque vejo a cicatriz quando olho no espelho, mas nem lembro deste dia.

Amigo TDAH, se você se culpa pela tua situação financeira, pelo namoro desfeito, por ter sido demitido, saiba que há vários empregos que vão te satisfazer, se tiver força de vontade a tua situação financeira vai começar a se acertar pouco a pouco até você conseguir sair do vermelho, basta pedir ajuda a quem entende e seguir atentamente tudo o que for proposto. E se o seu namoro acabou porque seu parceiro(a) não aguentava mais o  teu jeito, é porque ele não estava preparado para lidar com quem você é. Ou ele muda a maneira de pensar, ou você começa a gostar de alguém que está disposto a gostar de você por inteiro. Aceite o quanto antes que se os dois não estiverem dispostos a enfrentar juntos e superar o TDAH o relacionamento sempre estará em crise.

Não se culpe! As frustrações não deixaram de acontecer, mas você não pode deixar que isso te domine e te coloque pra baixo. Você é forte e vai superar, lembre-se disso!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Déficit ou excesso de atenção?


Embora eu possua o Transtorno do Déficit de Atenção, eu consigo me recordar de quase todos os jingles que já vi. Também lembro da abertura e personagens de quase todas as novelas que assisti e consigo passar horas a fio jogando algum jogo de estratégia.

Mas como isso é possível para um TDAH se somos todos desatentos?

Já ouviu falar em memória seletiva?

O nosso grande problema não é a ausência de atenção e sim o excesso dela. Às vezes estou no computador, assistindo TV e atendo o telefone ao mesmo tempo. É claro que quando é um amigo no telefone ele me pede para sair do computador e desligar a TV. Sim, meus amigos me conhecem. 

Prestamos atenção em tantas coisas ao mesmo tempo que acabamos não priorizando nenhuma e depois de algum tempo sem nenhum foco o tal do "déficit" acaba surgindo.

Assistir um seriado é diferente de assistir uma aula/palestra online. Assim como ler um livro por lazer e outro para estudar para o TCC. Quando o que você está fazendo te dá prazer, prende a tua atenção fica bem mais fácil ir até o final.

Não é impossível um TDA focar em algo. Embora mais difícil, com esforço é possível. O que precisa ser feito é aprender a estimular. Quando criança, os pais e profissionais devem desenvolver mecanismos que mantenham a atenção da criança por mais tempo. Seja através do lúdico ou até mesmo de combinados. Assim quando a criança entrar na adolescência e na fase adulta, estará bem mais preparada para encarar os desafios da atenção.





quarta-feira, 13 de julho de 2016

Dia Mundial da consciência sobre o TDAH


Como a data de hoje é uma data especial, empresto o espaço para um texto que não me pertence:



Dia Mundial da Consciência sobre o TDAH 


A quem possa interessar:


Esta carta tem por finalidade solicitar e incentivar a Organização Mundial de Saúde o estabelecimento de um Dia Mundial da Consciência do TDAH para auxiliar e chamar a atenção do mundo para este transtorno psiquiátrico grave, que aflige a 3-6% de crianças e 4-5% em todo o mundo. 


O Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, foi descrito pela primeira vez em 1795, pelo médico alemão, Melchior Adam Weikard, no capítulo sobre Déficit de atenção em seu livro de medicina. Desde então, o transtorno tem sido extensivamente estudado, especialmente desde os anos 70, com mais de 10.000 artigos científicos publicados sobre o transtorno até a presente data.

A cada ano, mais de 400 artigos científicos, livros e capítulos são publicados na literatura científica sobre os vários aspectos desse transtorno. Em 2008, o transtorno foi considerado entre as doenças mais incapacitantes tratadas em clínicas psiquiátricas ambulatoriais, afetando negativamente a qualidade de vida de crianças e adultos com TDAH no mundo inteiro. 

O TDAH traz só prejuízos graves no desempenho educacional e acadêmico de crianças e adultos, mas também impacta negativamente a dinâmica das famílias, o relacionamento com seus pares, atividades de inserção social e a saúde geral das crianças. 

Na idade adulta, o distúrbio é conhecido por afetar negativamente domínios tais como o comportamento sexual de risco, gravidez na adolescência, condução perigosa de veículos, má gestão financeira, maior índice de divórcios, desemprego, etc.

Mais recentemente, as pesquisas tem demonstrado que o TDAH também tem um impacto adverso e significativo sobre o casamento e a educação dos filhos.

O TDAH é resultado de fatores genéticos, e hoje é reconhecido como um dos 3 transtornos psiquiátricos mais influenciados geneticamente, só rivalizando com o autismo e o transtorno bipolar. Fatores ambientais não parecem desempenhar um papel na etiologia inicial do TDAH, mas têm influência significativa, na medida em que outros distúrbios de aprendizagem podem estar associados ao TDAH (comorbidades) aumentando o grau de comprometimento em diversas atividades importantes do cotidiano.

O distúrbio é uma das condições mais tratáveis e conhecidas pela psiquiatria. Cada vez mais tratamentos, principalmente medicamentos, estão disponíveis para que mais pessoas respondam positivamente (75-90%) com um maior grau de melhoria das funções cognitivas e, consequentemente, também da qualidade de vida do portador, do que as demais condições psiquiátricas.

Os problemas enfrentados pelas pessoas com TDAH acontecem justamente por falta de tratamentos eficazes, pela consciência limitada sobre a doença e acesso restrito a serviços de diagnóstico e tratamento, realizados por profissionais capacitados, em todos os países.

Em vista destes fatos, solicitamos respeitosamente que um dia seja reservado, a cada ano, para o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Dia Mundial do TDAH.

Atenciosamente,

Russell A. Barkley, Ph.D.

Professor pesquisador do Departamento de Psiquiatria da SUNY Upstate Medical University, New York, USA.
Autor de 20 livros e manuais clínicos sobre TDAH, alem de ter publicado mais de 200 artigos sobre TDAH e distúrbios relacionados.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

sábado, 2 de julho de 2016

Perdoe a procrastinação

Temos que estar sempre pronto para falhas, entretanto devemos nos preparar para que elas não ocorram.

Iniciei a missão agenda semanal e me comprometi a postar o resultado da semana aos domingos. A primeira semana foi um sucesso, mas eu acabei não postando o resultado no domingo.

Já na segunda semana ocorreu uma alteração aqui e uma bobeada ali. Quando me dei conta, já havia perdido o controle da situação.

A agenda continua, está tudo anotado, mas o tempo não foi completamente respeitado e eu acabei gerando alguns atrasos e as procrastinações de sempre continuaram ocorrendo.

Falando em procrastinação, gravei um vídeo falando sobre o tema.

Não vou deixar de usar a agenda semanal, mas sei que não vou postar frequentemente sobre ela. Então, me comprometo a avisar de tempos em tempos como estou me saindo.

Vim mesmo para me desculpar.

Continuem com as visitas, continuem acompanhando a fanpage e interagindo nos posts. Fico tão feliz quando mandam mensagem no privado falando sobre o que foi postado ou mandando alguma sugestão.

E até a próxima postagem.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Missão Agenda semanal - Semana 1

A partir de hoje começo a colocar em prática a missão agenda semanal.

Desde o ano passado já utilizo um app de agenda, porém nem sempre é possível segui-la a risco.

A intenção do desafio será realizar as tarefas principais da semana. Todos os domingos passarei para avisar se fechei a semana sem furos.

Desejem-me sorte! Sorte não, comprometimento. Para seguir regras não é necessário sorte e sim responsabilidade. 

Até domingo, meus inquietos!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Procrastinação

No seu livro "Tendência à Distração", o psiquiatra americano Ned Hallowell disse que para o portador do Transtorno do Déficit de Atenção há apenas dois tempo: o agora e o agora não.

O TDAH possui uma imensa fonte de destruição daquilo que almeja, pois vivemos minando o nosso futuro, postergando todas as tarefas que não acarretarão em consequências imediatas. Sejam elas boas ou ruins.

A famosa sentença "Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje!" para um TDAH seria traduzida como "Por que fazer hoje se você pode fazer amanhã ou depois?".

Há no organismo TDA, segundo Hallowell, um distúrbio de inibição comportamental, que impede da distinção do que é ou não urgente. E isso inclui pagar contas, agendamentos médicos, terminar relatórios. Faz com que um app qualquer tome o lugar da correção das provas dos meus alunos, ou da montagem do balancete final da tesouraria da empresa.


Toda vez que que vou fazer alguma pesquisa na internet acabo mergulhado em abas e mais abas abertas em meu Explorer. Quando me dou conta já se passou duas horas e o foco inicial da pesquisa se perdeu.

Os meus trabalhos de faculdade costumavam ser finalizados minutos antes da aula começar e já cheguei a perder aula porque não havia terminado e precisava entregar naquele dia, sem falta. A adrenalina da incerteza se dará certo ou não nos estimula a acabar na última hora. Afinal, nos resta apenas o agora.


Uma vez me atrasei para dar aula, pois faltava dois minutos para uma das minhas plantações do Colheita Feliz ficar pronta.

A procrastinação faz parte do ser humano, mas para o TDAH ela é praticamente uma das suas características principais.


Um dos próximos posts será completamente sobre dicas para evitar a procrastinação, mas vou deixar aqui algumas outras dicas também.


  • Comece imediatamente: mesmo que não vá cumprir a tarefa toda, completando aos poucos é bem mais vantajoso que ter que finalizar 100% às pressas.
  • Use post-it para te lembrar quais são as principais tarefas a serem feitas.
  • Liste a prioridade das tarefas a ccumprir.


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Escrever ajuda o TDAH

Ultimamente respondo muito sobre o significado da sigla TDAH. Alguns contatos no Facebook vêem as minhas postagens e acabam me perguntando quando me encontram na rua. Mas não são apenas eles que me procuram. Muitos TDAH e muitos traços TDAH (pessoas que têm algumas características, porém não possuem o Transtorno do Déficit de Atenção) me procuram. Alguns para trocar experiência, mas a maioria chega com dúvidas.

Este foi o segundo motivo que me levou a escrever: a conscientização. Sei que não profissional na área e não tenho nenhum embasamento científico para debater o tema. Mas fico feliz em poder conversar com pessoas que passam pelas mesmas coisas que eu, que dividem as mesmas neuras, os mesmos desconfortos, as mesmas frustrações, os mesmos sonhos e que também acreditam que um dia serão compreendidos. Pouco a pouco estou conseguindo fazer que algumas pessoas próximas a mim consigam compreender melhor alguns por quês!

Mas a divulgação do transtorno não foi o motivo principal. Eu sempre gostei de escrever, mas nunca pensei em escrever sobre como me sinto como TDAH. Até perceber o quão importante era colocar pra fora como me sinto.

Quando escrevi o post Tortura eu disse o quão sincero eu era quando escrevia. Por muito tempo eu escrevi cartas e cartas. Passei a adolescência me desabafando em pedaços de papel. Tinha dezenas de amigos, mas era nas cartas e no meu caderno diário que eu guardava os meus medos.

Escrever pode ajudar o teu médico a avaliar o teu progresso. Pode também ajudar você mesmo a avaliar as tuas mudanças. Há terapeutas que recomendam o diário como parte do tratamento e aqueles que o fazem desde a fase infanto-juvenil pode acompanhar se o tratamento surtiu efeito entre a infância e fase adulta.

Entre os benefícios de se ter um diário estão: registrar momentos e lições de vida, ter um registro permanente do teu progresso, clarear pensamentos e sentimentos, processar acontecimentos passados, oferecer novas perspectivas, se conhecer melhor, registrar seus objetivos e acompanhar a evolução deles, exercitar a escrita e estimular a leitura.

O que está esperando para colocar a mão na massa, faça um blog, faça um diário, não fique parado. Se não quer dividir com o mundo os teus pensamentos e sentimentos, não guarde dentro de você, escreva um diário e o deixe guardado em um lugar apenas teu. Mas não guarde as dores e os rancores somente para você. Compartilhe, coloque pra fora e afrouxe a corda imaginária que aperta o teu pescoço.




Se precisar de ajuda, estarei pronto à ajudar. O link da página do Facebook Mente Inquieta - Diário de um TDAH está na descrição. Basta enviar uma mensagem que responderei assim que possível. Caso você tenha algum depoimento a fazer também será bem-vindo.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Eu SEMPRE tenho razão

Dono da verdade era como muitos dos meus amigos costumavam me chamar.  E pessoas assim são muito chatas. Por este motivo acabei me policiando um pouco.


Costumo dizer que teimoso é quem teima comigo, mas eu só invisto em uma discussão quando tenho certeza. Se estou seguro,  bato o pé, procuro no Google... Se não estou convicto, prefiro dar o braço a torcer. Afinal, melhor ser feliz do que ter razão.

Quando eu era adolescente nós tínhamos as duas leis do Stanley. A primeira dizia "O Stanley tem sempre razão", a segunda dizia: "Caso alguma exceção ocorra e o Stanley cometa um equívoco,  voltamos à regra número um".

Ser cabeça dura não é privilégio dos TDAH,  mas a necessidade de estar sempre certo nos esmaga. E, pensando bem, acho até que não tenho necessidade de estar certo. O que tenho é medo de estar errado. Falhar é tão doloroso.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Não fui eu!

Ouve-se um grande estrondo na cozinha, você corre para ver o que é e ao chegar se depara com o seu filho caçula em frente a um vaso de flores quebrado. Ao lado do vaso uma bola de futebol.

Antes mesmo que você abra a boca a criança logo tenta se defender, usando apenas um argumento: "Não fui eu!"

Nem sempre vai dar certo, mas a velha história do "A culpa é minha e eu coloco em que eu quiser!" acontece muito na vida do TDAH.

Os atrasos, as falhas, os incidentes sempre têm uma desculpa. Culpamos alguém ou até mesmo o Transtorno. Sim, o TDAH muitas vezes é utilizado como válvula de escape. Não que ele não tenha participação. Mas não podemos generalizar.

Eu venho me policiando demais nos últimos tempos. Culpei o TDAH por muitas coisas no passado recente. Hoje assumo mais as minhas falhas e seu melhor quando posso evitá-las. O que não quer dizer que sempre as evito.

Continuo sendo humano, continuo TDAH, continuo errando. Mas agora a culpa do João e do João e a minha culpa é minha culpa.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Avaliação preliminar de TDAH em adultos


Algumas pessoas me questionam sobre o TDAH: O que é, como as pessoas se comportam, como descobrem que são TDAH. Baseado nestas dúvidas, decidi compartilhar uma avaliação preliminar, que serve para mostrar se você tem traços ou grande parte dos sintomas do Transtorno.

O diagnóstico de TDAH (DDA) é estritamente clínico. O questionário abaixo baseia-se em critérios internacionalmente reconhecidos do DSM-IV e DSM 5. Eles podem servir apenas de guia ou levantar suspeitas do diagnóstico que será definido pelo exame clínico. 

Quero deixar claro que quem vai diagnosticá-lo é um especialista. O teste só vai ajudá-lo a saber se você possui as características.



Tipo Desatento:

1. Presta pouca atenção a detalhes e comete erros por falta de atenção.


2. Tem dificuldade em se concentrar ao assistir uma palestra, ler um livro...

3. Às vezes parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra, ou numa conversa acaba distraindo-se, prestando atenção em outras coisas.

4. Tem dificuldade em seguir as instruções (não por incapacidade em compreendê-las), preferindo sempre a fazer suas tarefas "do seu jeito", no "seu tempo", muitas vezes deixando-as inacabadas.

5. Dificuldade de organizar seu tempo para fazer algo ou planejar com antecedência.

6. Relutância para fazer ou iniciar tarefas que exijam esforço mental e constante por muito tempo.

7. Perde objetos e/ou esquece nomes, compromissos, datas...

8. Distrai-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus próprios pensamentos, parecendo muitas vezes "sonhar acordado"

9. Apresenta com freqüência esquecimento em suas atividades diárias


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas acima, para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Desatento.


Tipo Hiperativo/Impulsivo - Verifique em qual item você se encaixa:

1. Move de modo incessante pés e mãos ou remexe-se na cadeira.

2. Tem dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado.

3. Sente-se incapaz de relaxar, descansar, a musculatura geralmente é tensa e está sempre em busca de algo para fazer.

4. Tem dificuldade em manter-se silencioso em atividades de lazer.

5. Parece ser movido por um motor "elétrico" sempre, a "mil por hora".

6. Fala, come, compra ou trabalha em demasia.

7. Responde precipitadamente a perguntas antes que elas sejam concluídas. Responde questões escritas antes de ler até o final.

8. Tem dificuldade em aguardar a sua vez: em conversas, filas, restaurantes...

9. Interrompe freqüentemente os outros em suas atividades e/ou conversas.


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Hiperativo/Impulsivo.


Tipo Combinado


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas de cada um dos 2 grupos acima para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Combinado.




Importante: No diagnóstico de TDAH (DDA), além dos sintomas acima, os demais critérios também devem ser observados:
Critério A: Sintomas (vistos acima).
Critério B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos de idade...
Critério C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (trabalho, na vida social, faculdade, relacionamento conjugal e/ou 
Critério D: Há problemas evidentes na vida profissional, social, familiar e/ou afetiva por conta dos sintomas.
Critério E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a 


FONTE: Universo TDAH 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Fase ruim



Sabe aquele dia em que tudo o que você queria era não ter saído da cama? E se este dia se repetisse por semanas?


Demorei para criar coragem para escrever sobre os dias de trevas, mas acho necessário.

Eu tive dias difíceis e acredito que foi a pior fase durante as minhas 3 décadas. 

Desejava que o tempo corresse e que os dias, as semanas e os meses passassem para o dia em que toda aquela agonia fosse embora.

Claro que já tive meus momentos de tristeza, de querer me isolar, mas nunca por tanto tempo. Foram semanas isolado, eu não me reconhecia mais. Parei de treinar, passava dias e noites no sofá, em frente da televisão e do computador, só comia quando lembrava que precisava, trabalhava no piloto automático, meu rendimento caiu visivelmente, assim como os 12 kg apontados pela balança.

Eu tinha duas opções: continuar procrastinando ou deixar a zona de conforto e tomar as rédeas da situação.

Não vou mentir e dizer que tudo já mudou completamente, não existem passes de mágica, mas hoje não consigo passar o fim-de-semana no sofá, voltei a gostar de ter pessoas ao meu lado (sem exageros), trabalho com prazer e estou cheio de projetos.

A grande mudança é que voltei a ter metas. Metas profissionais, metas na minha vida pessoal e metas diárias. É claro que não consigo cumprir tudo, mas grande parte está sendo feito e o restante vou transferindo para o dia seguinte. E encarrego algumas pessoas para me ajudar também.

Se preciso terminar um projeto, alguém vai me cobrar diariamente a que pé anda a conclusão, o Abbud me acompanha na academia para que eu não fuja dos treinos, acho que apenas quanto ao trabalho e parar de beber eu não preciso mais de monitoramento. E olha que parar de beber não é fácil. Mas isso fica para um próximo post.

Então, meus inquietos, se você está vivendo uma fase ruim, afrouxe a corda que procura o teu pescoço e lembre-se que depois da tempestade vem a bonança. É apenas uma fase e se você não tiver medo de buscar ajuda, esta fase ruim vai passar mais rápido do que você imagina.