segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Tenho TDAH e não sou o único

Há anos acompanho muitas das discussões sobre o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Até hoje foram tantos assuntos: “Pai do TDAH revela que o distúrbio não existe”, “O TDAH foi criado para alimentar a indústria farmacêutica”, “Dieta milagrosa garante a cura do TDAH”; entre tantos outros.

A notícia sobre a invenção do TDAH já foi desmentida há anos, mas pessoas leigas no assunto continuam compartilhando a matéria como se ela fosse uma reportagem atual.

Mesmo que o TDAH fosse uma invenção há um grupo de pessoas, assim como eu, que compartilham as mesmas angústias, passam pelas mesmas situações muitas vezes constrangedoras, recebem os mesmos rótulos. Deste grupo, a grande maioria sofre muito com o efeito do transtorno em suas vidas (perdemos coisas, pessoas, oportunidades, empregos, relacionamentos em uma frequência absurda) outros acham “cool” e até vantajoso. Esta minoria me espanta.

Não acho divertido ser portador do TDAH, mas ele faz parte de mim e sempre fará. E é por isso que hoje eu encho a boca e bato no peito para dizer que tenho muito orgulho por ter TDAH, pois eu compreendo minhas limitações, conheço as minhas necessidades e sei o quão eu preciso batalhar para não procrastinar e me superar dia-a-dia, o quanto tenho que me esforçar para fazer o que a grande maioria faz com toda a naturalidade.

Sou um vencedor e todos os dias em que encosto a cabeça no travesseiro, fecho os olhos e durmo logo em seguida agradeço na manhã seguinte a conquista de uma noite de sono tranquilo, porque sei quantos anos passei sofrendo de insônia, demorando horas para conseguir pegar no sono.


Tenha orgulho de quem você é e não esconda o TDAH. As pessoas precisam conhecer o transtorno, só assim elas vão conseguir te entender melhor.