quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Adultos com TDAH

Geralmente, quando um adulto procura ajuda e descobre que o problema é o TDAH (Transtorno do déficit de atenção) significa que a sua vida não deve andar bem em uma ou algumas áreas. 
Vida familiar, afetiva, profissional, acadêmica, financeira... tudo acaba sendo afetado. E isso pode acarretar em depressão e crises de ansiedade.


Quando a criança tratada cresce, ela consegue se adaptar melhor à vida adulta, pois já vem se preparado desde cedo. Já aqueles que descobrem tardiamente, precisam de muito mais ajuda. Estes indivíduos tendem a se sentir fracassados em diversos momentos da vida.

3% dos adultos apresentam sintomas de déficit de atenção e hiperatividade. Estes sintomas podem ser descobertos na vida adulta, porém devem estar presentes desde a infância, considerando que o indivíduo nasce com o TDAH.


Adultos com TDAH tendem a causar mais acidentes de trânsito, se envolver com drogas, maior índice de divórcios, frustrações profissionais e acadêmicas, crises familiares, instabilidade de humor, ter dificuldade com prazos.


O hiperfoco leva o indivíduo portador do TDAH a ficar tão ligado em certa situação, imagem ou assunto, que quando ele se dá conta tanta coisa pode ter acontecido a sua volta e ele nem percebeu. E é nesse momento que ele esquece o que estava falando, perde coisas...


Eu mesmo já perdi vôo, já esqueci mala no ônibus, roupas em hotel, HD externo no aeroporto. Fora as batidas e multas de trânsito. 


Nós nos planejamos, sim. Fazemos listas de coisas pra fazer, mas só de ouvir uma música no rádio podemos mudar o percurso e esquecer de pagar a conta de luz e ir direto para o mercado, deixamos de compartilhar algo importante com a esposa porque achamos que já dissemos. E quando vamos ver, o caos está formado. As pessoas acham que não são importantes, que não dividimos as coisas com elas. Descobri há pouco tempo que indivíduos com TDAH podem se transformar em workaholics. Descobri após um mês trabalhando direto longe de casa.


Precisamos nos atentar muito mais a datas. Não é fácil lembrar o aniversário de namoro, muito menos a data da reunião do colégio das crianças. Por isso a agenda e os planners são nossos amigos leais.


Devido a esses prejuízos, entre muitos outros, o TDAH deve ser tratado o quanto antes.
Muitas situações acabam sendo engraçadas no final e viram histórias para dividir com amigos e família, porém o transtorno é uma doença. 


TDAH é coisa séria.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Tenho TDAH e não sou o único

Há anos acompanho muitas das discussões sobre o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Até hoje foram tantos assuntos: “Pai do TDAH revela que o distúrbio não existe”, “O TDAH foi criado para alimentar a indústria farmacêutica”, “Dieta milagrosa garante a cura do TDAH”; entre tantos outros.

A notícia sobre a invenção do TDAH já foi desmentida há anos, mas pessoas leigas no assunto continuam compartilhando a matéria como se ela fosse uma reportagem atual.

Mesmo que o TDAH fosse uma invenção há um grupo de pessoas, assim como eu, que compartilham as mesmas angústias, passam pelas mesmas situações muitas vezes constrangedoras, recebem os mesmos rótulos. Deste grupo, a grande maioria sofre muito com o efeito do transtorno em suas vidas (perdemos coisas, pessoas, oportunidades, empregos, relacionamentos em uma frequência absurda) outros acham “cool” e até vantajoso. Esta minoria me espanta.

Não acho divertido ser portador do TDAH, mas ele faz parte de mim e sempre fará. E é por isso que hoje eu encho a boca e bato no peito para dizer que tenho muito orgulho por ter TDAH, pois eu compreendo minhas limitações, conheço as minhas necessidades e sei o quão eu preciso batalhar para não procrastinar e me superar dia-a-dia, o quanto tenho que me esforçar para fazer o que a grande maioria faz com toda a naturalidade.

Sou um vencedor e todos os dias em que encosto a cabeça no travesseiro, fecho os olhos e durmo logo em seguida agradeço na manhã seguinte a conquista de uma noite de sono tranquilo, porque sei quantos anos passei sofrendo de insônia, demorando horas para conseguir pegar no sono.


Tenha orgulho de quem você é e não esconda o TDAH. As pessoas precisam conhecer o transtorno, só assim elas vão conseguir te entender melhor.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Sim, sou TDAH. Sim, eu sou capaz

Um dia eu quis ter a minha própria empresa, a minha equipe formada. Não porque eu precisava ser um empreendedor, mas pela pressão no meu meio social. Chegou uma época em que me fartei de responder por que eu não tinha a minha própria empresa, por que trabalhava a tanto tempo na mesma área para os outros.

A verdade é que no fundo eu tinha medo. Medo de fracassar, medo de não conseguir uma cartela de clientes, medo de não formar uma boa equipe, medo de precisar recomeçar.

Todas as neuras que colocaram nas nossas cabeças começam a se manifestar nos momentos de dúvida. E assim acontecia toda vez que pensava em abrir uma empresa.

Eu sei que sou bom no que faço, assim como eu sei o quão agradável é me manter na minha zona de conforto. Não ter a minha empresa significa não precisar correr riscos.

Há alguns meses pude conversar com os coordenadores do meu trabalho. Todos eles me deram feedbacks sobre o meu desempenho. Eu estava ansioso, mas acabei aliviado. Entrei com 27 anos em uma função onde costumam começar entre 18 e 25 anos, muitas vezes me perguntei até quando seria a minha vida útil ali. A resposta para a minha pergunta veio neste dia: "Até onde você quer chegar aqui?".

Ouvi atentamente tudo o que me foi dito e, para mim, tudo foi positivo. Concordo com eles. A minha grande surpresa foi descobrir o quanto eles esperavam de mim. Tudo o que não corri atrás porque acreditava não haver espaço pra mim eles esperavam que eu corresse atrás e, finalmente, eu pude mostrar o meu interesse.

Fiquei feliz em descobrir que a equipe me vê como uma referência e até mesmo por saber que nem todos pensam da mesma maneira. O primeiro feedback que recebi me deixou pensativo, pensei que eu estava decepcionando a coordenação. Mas logo depois vieram os outros e me mostraram que eu estava no caminho certo e que os meus defeitos me fazem diferente e, enquanto o positivo se destacar mais que o negativo, até mesmo eles serão válidos.

Ainda tenho os meus sonhos e hoje sei que posso organizá-los e colocá-los em prática. Só preciso seguir no meu ritmo para não atropelar nenhuma etapa.

Acredite, amigo inquieto, você também é capaz. Não tenha medo de tentar. Agora mesmo você pode estar perdendo uma grande oportunidade.


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Tomei Ritalina e fui pra faculdade

Há pouco tempo fiz uma postagem falando sobre quando comecei a tomar Ritalina.

Decidi fazer um vídeo contando um pouquinho uma das minhas primeiras experiências.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Esqueci minha mala

E quando faz algum tempo que não fazemos nenhuma trapalhada a gente não pode superar as expectativas, não é mesmo?


Ontem vim para o trabalho. Peguei o ônibus em Limeira às 07 da manhã. Levei nas mãos mala e travesseiro, nas costas a mochila.


Chegando em Leme, agradeci o motorista pela viagem e lhe desejei um bom dia. Encontrei a Ana, esperamos a van e partimos para o acampamento. Assim que chegamos, qual do a minha surpresa quando descobri que a minha mala não estava na van?


Sim, a minha mala NÃO ESTAVA NA VAN. Eu a deixei no ônibus. Na verdade, eu não a peguei m bagageiro do ônibus.

Logo que percebi a presepada, liguei no guichê da companhia rodoviária, que avisou que o ônibus voltaria a passar na rodoviária 12:15.

Um dos funcionários do acampamento passaria para pegar a mala na hora do almoço. Ele realmente passou, mas o atendente do guichê esqueceu de retirá-la. O ônibus retornaria às 15:20.

Pra finalizar, um dos monitores conseguiu pegar a mala e graças à diversos heróis dormi com a minha roupa de cama.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Whatsapp x TDAH

Quem disse que o Whatsapp só atrapalha a nossa vida?

Eu faço parte de alguns grupos de pessoas com TDAH e há pouco tempo aprendi em um deles uma técnica que eu utilizava de outra maneira e que agora ficou mais prática.

Sabe aquele momento em que você tem uma ideia e sabe que vai esquecer? Eu normalmente esqueço mesmo. O que me adaptei a fazer foi andar com um bloquinho de anotações, que chamo de memória. Mas nem sempre é possível estar com a minha memória e caneta em mãos.

Um dos membros do grupo perguntou quem mais utilizava o Whatsapp como ferramenta para guardar lembretes. Eu utilizo de vez em quando. Envio mensagens pra algum contato mais próximo e peço para que me enviem depois.

O que eu não havia pensado era na criação de um grupo em que apenas eu esteja. Então posso despejar ali todos os meus lembretes, dúvidas e afazeres.

Coloquei uma amiga, montei o grupo e depois a exclui. Pronto, agora tenho um grupo intitulado "EU", onde posso mandar qualquer coisa a qualquer momento. E, mesmo que eu não esteja online, a mensagem não enviada vai servir, já que enviei para mim mesmo.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A primeira aula tomando Ritalina


Embora seja um daltônico podendo ver as cores pela primeira vez, a sensação que ele sente demonstra o que eu senti a primeira vez em que fui para a faculdade após tomar Ritalina.

Eu senti que uma mágica havia acontecido, os pensamentos não fugiam de minha cabeça e eu consegui me atentar 100% ao que o professor falava. Sim, eu estava focado.


"Então é assim que funciona com todo mundo", pensei.


O que para alguns parece algo tão fácil, algo tão trivial, para outros é extremament
e incrível.

Sempre admirei as pessoas que não faziam a lista de compras durante uma aula de Sociologia e hoje, mesmo que através do uso de medicamento, sou capaz de ser uma dessas pessoas.

Agradeço minha psicóloga e eu psiquiatra por terem tirado os mimimis das medicações da minha cabeça e terem aberto os meus olhos e minha mente e hoje eu poder ver o mundo da mesma maneira que este homem passou a enxergar o dele: com novas cores!

Finalizo confessando que chorei assim que ele disse o primeiro "Oh, my God".


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Por que só comigo?

Dia desses estava em um grupo de discussão sobre TDAH e vi um comentário de um dos usuários dizendo que nem terapia e nem medicamento era capaz de resolver o seu problema. Nessa hora, não pensei duas vezes em perguntar quanto tempo esta pessoa estava fazendo tratamento.

É muito fácil admitir que tem um problema, mas nem sempre é fácil procurar ajuda e buscar por melhora.

Tenho que admitir que é do ser humano (o TDAH não foge disso) se lamentar e vestir uma carapuça que nem sempre é necessária.

Eu assumi o TDAH  e com ele també assumi os sintomas e todos os seus ônus. Porém, também admiti que embora eu tenha as minhas imperfeições, busco por melhorias e que nem tudo é fruto do TDAH.

Amigos, a caminhada é dura e longa, porém, se você buscar por ajuda e se comprometer a mudar e a melhorar, isso vai acontecer. O que você precisa colocar na sua cabecinha é que o grande responsável para isso acontecer é você.

Você está disposto?

sexta-feira, 21 de julho de 2017

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Hand spinner para TDAH

O hand spinner é a atual febre entre crianças e adolescentes no Brasil e no mundo. O que muitos desconhecem é a origem do brinquedo.


Ele foi criado nos ano 90 por Catherine Hettinger para auxiliar crianças autistas e com TDAH. 

A roldana com três hastes metálicas giratórias ajuda a aliviar o estresse, a ansiedade e a aumentar o foco.

O grande problema é que as crianças andam abusando do mecanismo, o que anda causando uma grande discussão entre os especialistas.

Até onde o uso do hand spinner é benéfico?



domingo, 11 de junho de 2017

Tentando não procrastinar

Fala inquietos, tudo bem com vocês?

Eu juro que não abandonei o blog e nem o canal.

Ultimamente estou numa correria muito grande e, pra ajudar fiquei um mês sem computador e ele voltou da assistência com pau no teclado. Então, algumas teclas ainda não funcionam.

Estou colocando as coisas em ordem. Comecei pelo trabalho e agora é a vez dos blogs e das fanpages. Depois do feriado darei mais atenção aos canais e depois ao blog.

Espero que entendam.

Acompanhem a fanpage do Mente Inquieta, pois lá as atualizações não pararam. O grande problema são as coisas que são mais difíceis de se fazer pelo celular.

Então é isso aí. Passei apenas para dar uma satisfação.

Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de abraço. Não foi aqui que estacionei o meu carro. Tchau!

quinta-feira, 30 de março de 2017

TDAH não é divertido

Eu brinco muito com o fato de ser portador do Transtorno do Déficit de Atenção. Tanto nos posts no youtube quando na página e com meus amigos. A verdade, é que toda essa brincadeira no fundo se torna uma blindagem. Ouço muito que os gordinhos são mais engraçados porque fazem piadas deles mesmos, porém esse mecanismo de defesa serve para mostrar que está tudo bem. Mas não está.

Cresci sendo criticado pelos meus atrasos, pelas minhas bolas foras e sempre ouvia: "Ah, é o Stanley!".

Entre dependências e matrículas trancadas demorei 14 anos para concluir o ensino superior. Escutei as mais variadas piadas: "Sorte que não é medicina, senão seria 30 anos", "Quando é que você entrou na faculdade mesmo?", "E esse curso, não acaba nunca?", "Já está virando PhD...", "você esperou a sua filha estar grande para poder ir na tua formatura", dentre muitas outras.

As palavras têm um poder imenso sobre nós. Comecei a acreditar no que as pessoas diziam. Passei a pensar que nunca seria alguém na vida, que eu era um fracassado e que eu nunca teria um futuro promissor. E isso me acompanhou por muito tempo.

Toda vez que surgia alguma oportunidade eu já imaginava que não daria certo e acabava deixando passar. Acabei fugindo das responsabilidades porque me disseram que eu nunca seria capaz de assumi-las. Mas eles estavam errados.

Eu sou desastrado, desorganizado, preguiçoso, entretanto funciono muito bem na base da pressão. Cumpro as tarefas na última hora, mas as entrego, monto apresentações em cima da hora, ensaio para a aula horas antes dela, mas o faço.

E hoje, com o tratamento e o apoio dos meus amigos e familiares consegui ficar mais organizado, melhorar os meus hábitos e as brincadeiras até mudaram. Hoje já ouço: "Cheguei depois porque imaginei que você não fosse chegar no horário", "Nossa, por que você chegou tão cedo!".

Demorei muito pra alcançar a maturidade. Talvez tenha perdido uns dez anos neste caminho, mas foi preciso para que eu compreendesse como as coisas funcionam. Não é fácil sair da bolha.

Já disse m outros posts e vou dizer em muitos outros, as palavras ditas hoje ecoam em nossas cabeças por dias, meses, anos. Sempre que algo errado acontecer, elas vão estar lá quando encostarmos a cabeça no travesseiro.

Acredito que assim como eu, muitos portadores do TDAH gostariam de gritar para as pessoas ao seu redor o quanto ouvir tudo isso pesa, nos destrói. É como se colocassem a mão dentro do nosso peito e apertassem o nosso coração. Chega a tirar o ar.

Todos temos defeitos, eu tenho vários (talvez mais do que a maioria), mas saiba dizer os teus descontentamentos com cuidado, pois você pode estar destruindo um pouco da coragem e confiança que estou aprendendo a ter.

Agradeço muito aos que me ajudam diariamente, me apoiando, me auxiliando, me cobrando, corrigindo e me encorajando. Vocês são muito importantes para mim.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Desabafo de um portador do TDAH

Exagerado ao chorar, ao imaginar, ao planejar, ao procrastinar...  executar várias cenas pro mesmo fim e muitas vezes não chegar a qualquer um deles. Sentir tanto de si mesmo e embriagar-se de qualquer coisa. Qualquer coisa que se sinta, que preencha qualquer minúsculo espaço. Como gostaria de me esvaziar um pouco, pois o silêncio nunca é o silêncio. Preciso estar deliberadamente apaixonado ( paixão cruel ,desenfreada), nem que seja por um instante e este momento pareça ser eterno como um poema. Mas quando ele acaba , sempre caio num abismo sem fundo. E nem adianta "Mendigar, roubar, matar... pra mim é tudo ou nunca mais". Exagerado sim e hiperativo. Preciso sempre de vários projetos, faço listas tentando silenciar minha mente. Não consigo parar o trafego de idéias, de fantasias, de sentimentos... esses que não me deixam aprender que apenas sonhar não é suficiente para realizar a ação. Ter vontade, desejar , não significa necessariamente fazer e conquistar. O mundo real é cheio de armadilhas para quem não pisa no chão e tenta voar sem asas. E não adianta pensar em coisas boas, não dá certo aqui, eu já tentei várias vezes.

Por Lucas Luis

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Bullet journal

Ferramenta útil, o bullet journal tem se mostrada um ótimo recurso para ajudar na organização, seja em cunho pessoal ou profissional. Método criado por um designer americano chamado Ryder Carrol, busca “rastrear o passado, organizar o presente e se preparar para o futuro”, lema do próprio criador.
Este método análogo de organização tem como função reunir em um só lugar todos os aspectos do dia-a-dia: os lembretes utilizados com os post-its, os planos de uma próxima viagem, as tarefas diárias e os compromissos futuros.
Além de ser um métodos com múltiplas funções, pode ainda ser direcionado de acordo com suas necessidades: conter apenas tópicos a serem estudados, rotina de limpeza de casa ou prazos e projetos do trabalho. Diante de tal versatilidade, esta ferramenta vem ganhando cada vez mais adeptos pelo mundo afora e virando queridinho em termos de ajudar os desorganizados.

Como montar seu bullet journal

Para iniciar a utilizar este método é necessário um caderno. Os mais utilizados são os quadriculados ou pontilhados e os moleskines, cadernos de anotações em capa dura. Mas como o próprio autor do método relata “o melhor caderno é o seu favorito”. Nada impede que você utilize folhas pautadas ou em branco como layout para o seu bullet journal.
Existe ainda um sistema de legenda ou símbolos a ser utilizado no bullet journal o qual facilita a divisão entre tarefas, compromissos e grau de importância, por exemplo. Um círculo preenchido ou um quadrado é uma tarefa a ser cumprida. Ao ser concluída ela ganha um “X” para determinar o seu término. Se a mesma for reagendada para outro dia, ela ganha uma flecha em direção à direita ou o sinal de maior (>). Se a mesma for tarefa já antiga a flecha é em direção à esquerda ou o sinal de menor (<). Se a tarefa for cancelada ou tornar-se irrelevante a mesma é riscada por completo. Um evento é representado por um círculo em branco. Uma nota por um traço (-). Se algo for importante, é representado por um asterisco (*) ou estrela, já se necessita de maiores informações sobre o item, é utilizado o ponto de exclamação (!). Estes símbolos são utilizados universalmente, porém nada impede de criar a sua própria codificação.
Seguindo os seguintes passos, você pode colocar em prática este método e transformar sua vida com mais organização e produtividade:
  • 1º passo – Índice: o índice será a primeira folha do seu caderno, o sumário, e nela conterá a divisão do seu bullet journal e suas páginas correspondentes. O ideal é que ela seja preenchida posteriormente à configuração das páginas restantes.
  • 2º passo – Calendário Mensal: na primeira página (à esquerda) coloca-se o nome do mês e seus dias em formato de lista. Ao lado das datas importantes você adiciona compromissos ou datas comemorativas. Na segunda folha (à direita) são anotadas as tarefas a serem concluídas naquele mês utilizando o sistema de legenda já descrito anteriormente.
  • 3° passo – Calendário Diário: nestas páginas, é necessário colocar o nome mais a data do mês vigente e listar o que precisa ser realizado naquele dia específico.
Além desta configuração padrão, com o tempo você irá perceber que algumas tarefas se repetem. Esta é uma das grandes vantagens da versatilidade deste método. Por isso há a possibilidade de criar páginas específicas para estes tópicos. Por exemplo: Deseja ler 50 páginas de um livro diariamente? Então crie um plano de leitura em uma página à parte e vá registrando o seu progresso somente neste local.
4 dicas para evitar problemas e aproveitar ao máximo o seu bullet journal
  1. Escreva a caneta: apesar de não ser obrigatório, ao escrever a caneta você garante que a escrita não se apague com o tempo, o que é muito comum acontecer se você utilizar um lápis.
  1. Organize: Numerar as páginas e anotar no índice é algo que facilita e muito a localização de projetos específicos. Outra dica é adicionar marcadores de páginas facilitando encontra-los.
  1. Leve-o sempre com você: como o mesmo não possui back-up eletrônico, é necessário que você esteja sempre com ele à mão para adicionar compromissos e as tarefas que possam surgir.
  1. Proteja-o: assim como qualquer outro caderno, o bullet journal deve ser manuseado com cuidado, podendo sujar, rasgar ou mesmo molhar. Uma boa opção é optar por cadernos de capa dura ou mesmo encapá-los com papel contact por exemplo.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Banca do TCC

Depois da apresentação para a sala, realmente senti que estava preparado para apresentar. Eu estava mais confiante do que pensei que estaria. Durante a tarde passei algumas vezes e em nenhuma delas consegui falar por menos de 15 minutos. Esta era a minha grande preocupação.

Lá estavam meus pais, minha filha, minha irmã e meu cunhado. No começo estava um pouco nervoso, mas já no primeiro minuto consegui ficar mais confortável.

A primeira parte para mim era confortável, pois tinha uma bagagem sobre o TDAH, quando entrei na parte de desenvolvimento infantil tive medo de me perder, mas também foi tranquilo. Quando me dei conta já estava falando sobre as questões escolares e a importância do profissional de educação física na vida das crianças com TDAH.

O professor da banca me questionou sobre a fase de desenvolvimento, ele não concordou com uma das informações que para ele parecia impreciso, mas era uma citação, não poderia mudar. A outra avaliadora fez duas críticas das quais concordei: a primeira foi por não ter citado os tratamentos e a segunda foi sobre as turmas especiais em escolas.

Todos me parabenizaram, disseram que não aparentava estar nervoso e que realmente me saí bem. Minha nota foi 7. Pra alguns não seria motivo para comemorar, mas para mim foi um 10. Consegui depois de 12 anos apresentar o meu TCC, o finalizei em 4 dias sem correção da minha orientadora. Seria até mesmo injusto ter a mesma nota que aqueles que levaram um ano todo preparando os seus trabalhos.

Levei tudo nas coxas, na base da brincadeira, procrastinei e mais uma vez me acomodei e fiquei feliz com a média. Até mesmo ali o ser mediano me acompanhava.

Caso você não tenha entendido o peso do adjetivo mediano, veja o post que falo sobre o assunto. Assim encerrou-se a minha vida acadêmica. Quer dizer... Eu ainda tinha dois exames pela frente. Mas essa é outra história.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Diagnóstico de TDAH já adulto

Quando recebi o diagnóstico do TDAH eu tinha 22 anos. Como a maioria das pessoas que recebe o diagnóstico tardiamente, muitos pensamentos passaram pela minha cabeça. Medo, receio, não aceitação... Não sei ao certo o que passou na minha cabeça.

Eu não relutei contra o diagnóstico, mas acabei abandonando o tratamento logo no início e hoje me arrependo muito por isso. Se não fosse o diagnóstico, hoje ainda acreditaria que muitas coisas seriam apenas acaso e ainda teria tantas reticências em minha vida.

Graças ao diagnóstico, um dia tive a coragem de sair do casulo e enfim procurar ajuda e, ao mesmo tempo, pesquisar sobre o transtorno. Foi só então que comecei a obter progressos.

Descobrir que tantas outras pessoas passavam pelo mesmo que eu, possuíam as mesmas falhas, sentiam as mesmas culpas, enfrentavam as mesmas dificuldades, recebiam os mesmos rótulos, tudo isso me fez sentir menos imperfeito.

Para que eu conseguisse viver tranquilamente foi necessário aceitação, autoconhecimento e maturidade para compreender os meus limites. E a caminhada está apenas começando.

Se você acaba de receber o diagnóstico, não se assuste. Respire fundo, saiba que não está sozinho e acredite que aqui fora há tantas outras pessoas como você prontas para te ouvir e te ajudar.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

MEDIANO


Eu sempre fui acompanhado pelo estigma de ser uma pessoa mediana. Na escola eu tirava boas notas, porém na faculdade eu me contentava com as notas médias. Passar em uma disciplina já era o suficiente para eu me contentar.

Ouvi muitas frases que dizem que quem faz tudo, na verdade não faz nada, ou não faz nada bem.

Ao longo da vida fui me descobrindo em várias áreas e me apaixonando por todas elas. Teatro, circo, dança, esportes, ginástica, recreação, escrita, violão, teclado... Realmente seria impossível ser bom em tudo isso, mas tento dar o meu melhor no que estou fazendo no momento.

E o ser o melhor, fazer o melhor, me pressiona a buscar a perfeição. E como ser perfeito se sou a personificação da procrastinação?

Um dos pilares da boa evolução do indivíduo TDAH é a persistência. Mais importante do que ser perfeito é concluir as tarefas que me foram propostas. Pode ser que eu nunca consiga alcançar a perfeição, mas ter a capacidade de concluir tudo o que comecei já é um grande caminho para a minha evolução.

O vídeo a seguir define exatamente o que eu quero dizer: