sexta-feira, 25 de março de 2016

Sim, eu sou volúvel!

Um dia eu vou me acostumar a acordar extremamente disposto e minutos depois estar completamente desanimado.

Sabe quando um relacionamento termina e você diz que nunca mais quer vê-la, sente que o amor acabou, que está pronto para seguir em frente e que a vida seguiu, mas ao deitar na cama bate a saudade e você percebe que o amor continua ali e talvez esteja até maior? Sentimos isso em relação a tudo.

Ontem tranquei a faculdade porque o curso já não me satisfazia e já não tinha certeza se era o que eu realmente queria, mas hoje tenho certeza que apenas adiei um semestre e que esta é a profissão que quero seguir.

É tão difícil dizer não, pois sei que posso me arrepender e a dúvida do "e se..." vai ecoar eternamente em minha cabeça.

Nos últimos meses provei da vulnerabilidade de humor. Queria que o tempo pudesse correr para que esta fase se tornasse passado rapidamente. Havia dias em que dormia rindo e acordava chorando, sem nem mesmo entender o que estava se passando. Agradeço aos que aguentaram as minhas reclamações sobre o que nem mesmo eu sabia explicar. Mas eu cansei. Cansei de me sentir assim e cansei que as pessoas me vissem assim.

A verdade é que ninguém gosta de estar do lado de pessoas inconstantes. Nem mesmo eu gostaria. Aquele não era eu. Sempre fui de extremos, mas o meu referencial sempre foi o de nunca saber o que se esperar de mim.

E é a magia de nunca saber o que se esperar de um TDAH que leva as pessoas a se aventurarem em nosso universo. Quer algo mais divertido do que se arriscar a dividir a vida com alguém totalmente surpreendente?

quarta-feira, 16 de março de 2016

Dica de organização

Uma dica legal para manter a organização, principalmente com crianças TDAH, é o condicionamento.

A gente não aprende a se organizar, nós nos acostumamos a ter a organização como rotina. Mas para isso é necessário tempo de adaptação.

Um recurso que eu passei a utilizar em casa para mim e para a minha filha, que não é diagnosticada, mas é tão desorganizada como o pai, foi o uso de cartões com lembretes.

Assim como os post-it espalhados pela mesa do escritório, espalhamos cartões pela casa lembrando de tudo o que devemos fazer durante o nosso dia: não deixar louça suja na pia, fechar portas de armários e gavetas, levar a mochila para o quarto, escovar os dentes ao acordar, antes de deitar e após as refeições, pendurar a toalha no banheiro, colocar roupas no cesto e sapatos na sapateira, dar descarga, entre outros....

A casa ficou mais colorida, mas com certeza ficou mais fácil de manter a organização. 


quarta-feira, 2 de março de 2016

Dificuldade em guardar nomes


Sempre tive dificuldade em guardar nomes. Quando mais novo sabia de cabeça o telefone e o aniversário de todos os meus parentes e amigos mais próximos, mas nomes...

Encontrava pessoas em festas e eventos e sabia de onde as conhecia, de quem eram amigos ou namorados, o que havíamos conversado, mas o seu nome... Ah, como era difícil lembrar o nome.

Muitas vezes era necessário apelar a alguém e perguntar disfarçadamente como a pessoa se chamava, mas algumas vezes não era possível.

Quando a pessoa te chama pelo nome acaba sendo mais constrangedor ainda.

No acampamento é necessário saber o nome dos acampantes do nosso chalé e muitas vezes temos mais de vinte garotos para decorar o nome em menos de 24 horas. Mas fora eles, ainda há todos os demais presentes na data, além dos professores. E, quando decoramos, eles vão embora, uma nova data começa e outros quinze nomes aparecem para que eu decore.

Uma vez chamei tantas vezes um acampante de João que quando eu ia chamá-lo ele já me corrigia: "É Pedro!". Como ele levou na brincadeira, o chamava de João Pedro. Por mais que não lembrasse qual dos dois era o correto, eu sempre teria 50% de acerto.

Dizer ao mundo que sou TDAH me ajuda muito a trabalhar isto. Hoje, quando conheço uma pessoa já a abordo dizendo que vou esquecer o seu nome e que perguntarei por ele algumas vezes mais. E assim acabo fugindo de algumas saias justas.

Não é uma falha minha e não devo e não vou me culpar por isso. Explicar que isso pode acontecer só deixa a situação mais confortável quando isso o corre. E não é só com os nomes. Muitas outras situações que ainda vou relatar também podem ser evitadas apenas com um aviso.