sexta-feira, 22 de abril de 2016

Avaliação preliminar de TDAH em adultos


Algumas pessoas me questionam sobre o TDAH: O que é, como as pessoas se comportam, como descobrem que são TDAH. Baseado nestas dúvidas, decidi compartilhar uma avaliação preliminar, que serve para mostrar se você tem traços ou grande parte dos sintomas do Transtorno.

O diagnóstico de TDAH (DDA) é estritamente clínico. O questionário abaixo baseia-se em critérios internacionalmente reconhecidos do DSM-IV e DSM 5. Eles podem servir apenas de guia ou levantar suspeitas do diagnóstico que será definido pelo exame clínico. 

Quero deixar claro que quem vai diagnosticá-lo é um especialista. O teste só vai ajudá-lo a saber se você possui as características.



Tipo Desatento:

1. Presta pouca atenção a detalhes e comete erros por falta de atenção.


2. Tem dificuldade em se concentrar ao assistir uma palestra, ler um livro...

3. Às vezes parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra, ou numa conversa acaba distraindo-se, prestando atenção em outras coisas.

4. Tem dificuldade em seguir as instruções (não por incapacidade em compreendê-las), preferindo sempre a fazer suas tarefas "do seu jeito", no "seu tempo", muitas vezes deixando-as inacabadas.

5. Dificuldade de organizar seu tempo para fazer algo ou planejar com antecedência.

6. Relutância para fazer ou iniciar tarefas que exijam esforço mental e constante por muito tempo.

7. Perde objetos e/ou esquece nomes, compromissos, datas...

8. Distrai-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus próprios pensamentos, parecendo muitas vezes "sonhar acordado"

9. Apresenta com freqüência esquecimento em suas atividades diárias


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas acima, para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Desatento.


Tipo Hiperativo/Impulsivo - Verifique em qual item você se encaixa:

1. Move de modo incessante pés e mãos ou remexe-se na cadeira.

2. Tem dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado.

3. Sente-se incapaz de relaxar, descansar, a musculatura geralmente é tensa e está sempre em busca de algo para fazer.

4. Tem dificuldade em manter-se silencioso em atividades de lazer.

5. Parece ser movido por um motor "elétrico" sempre, a "mil por hora".

6. Fala, come, compra ou trabalha em demasia.

7. Responde precipitadamente a perguntas antes que elas sejam concluídas. Responde questões escritas antes de ler até o final.

8. Tem dificuldade em aguardar a sua vez: em conversas, filas, restaurantes...

9. Interrompe freqüentemente os outros em suas atividades e/ou conversas.


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Hiperativo/Impulsivo.


Tipo Combinado


É necessário que a pessoa tenha 5 ou mais sintomas de cada um dos 2 grupos acima para haver possibilidade de diagnóstico de 

TDAH (DDA) Tipo Combinado.




Importante: No diagnóstico de TDAH (DDA), além dos sintomas acima, os demais critérios também devem ser observados:
Critério A: Sintomas (vistos acima).
Critério B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos de idade...
Critério C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (trabalho, na vida social, faculdade, relacionamento conjugal e/ou 
Critério D: Há problemas evidentes na vida profissional, social, familiar e/ou afetiva por conta dos sintomas.
Critério E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a 


FONTE: Universo TDAH 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Fase ruim



Sabe aquele dia em que tudo o que você queria era não ter saído da cama? E se este dia se repetisse por semanas?


Demorei para criar coragem para escrever sobre os dias de trevas, mas acho necessário.

Eu tive dias difíceis e acredito que foi a pior fase durante as minhas 3 décadas. 

Desejava que o tempo corresse e que os dias, as semanas e os meses passassem para o dia em que toda aquela agonia fosse embora.

Claro que já tive meus momentos de tristeza, de querer me isolar, mas nunca por tanto tempo. Foram semanas isolado, eu não me reconhecia mais. Parei de treinar, passava dias e noites no sofá, em frente da televisão e do computador, só comia quando lembrava que precisava, trabalhava no piloto automático, meu rendimento caiu visivelmente, assim como os 12 kg apontados pela balança.

Eu tinha duas opções: continuar procrastinando ou deixar a zona de conforto e tomar as rédeas da situação.

Não vou mentir e dizer que tudo já mudou completamente, não existem passes de mágica, mas hoje não consigo passar o fim-de-semana no sofá, voltei a gostar de ter pessoas ao meu lado (sem exageros), trabalho com prazer e estou cheio de projetos.

A grande mudança é que voltei a ter metas. Metas profissionais, metas na minha vida pessoal e metas diárias. É claro que não consigo cumprir tudo, mas grande parte está sendo feito e o restante vou transferindo para o dia seguinte. E encarrego algumas pessoas para me ajudar também.

Se preciso terminar um projeto, alguém vai me cobrar diariamente a que pé anda a conclusão, o Abbud me acompanha na academia para que eu não fuja dos treinos, acho que apenas quanto ao trabalho e parar de beber eu não preciso mais de monitoramento. E olha que parar de beber não é fácil. Mas isso fica para um próximo post.

Então, meus inquietos, se você está vivendo uma fase ruim, afrouxe a corda que procura o teu pescoço e lembre-se que depois da tempestade vem a bonança. É apenas uma fase e se você não tiver medo de buscar ajuda, esta fase ruim vai passar mais rápido do que você imagina.





domingo, 10 de abril de 2016

Técnica de organização para crianças TDAH

Controlar a organização da casa não é tarefa fácil para um TDAH. Manter roupas na gaveta, cama arrumada, tampa do vaso abaixada, saber aonde está a carteira, o celular e as chaves do carro...

Tamanha desorganização nos acompanha dentro da infância e, por isso, acredito que seja uma ótima dica colocar em pratica com o seu pequeno inquieto esta metodologia.

A técnica demonstrada no vídeo acaba sendo uma brincadeira se os pais e a crianças construírem tudo juntos.

Para adultos, o método também pode ser utilizado, de uma maneira menos infantil, é claro.



domingo, 3 de abril de 2016

Tortura

Eu já disse que quando tenho algo martelando em minha cabeça eu fico deitado na cama pensando no que me assombra por horas até conseguir pegar no sono. Às vezes acordo no dia seguinte e o pensamento já está no bendito problema. Passo o tempo ensaiando o que vou dizer, crio os diálogos em minha cabeça. O que vou dizer, qual deverá ser a resposta. Sempre penso nas opções. E são as opções que acabam tirando o meu sono. Às vezes são tantas variáveis.



Ontem eu consegui eliminar um deles. Há quase seis anos eu magoei um grande amigo e só percebi que o tinha feito muito tempo depois, quando passei por situação parecida. Por muito tempo me torturei, muitas vezes tentei trazer o assunto a tona, mas nunca criava coragem. Disse que precisávamos conversar e ele disse que aquela seria a melhor hora. Meu estômago embrulhou, senti calafrios, a voz embargou. Tive que mergulhar fundo na história para ele se lembrar do ocorrido e, quando ele conseguir recordar, me disse que eu não precisava me preocupar pois não tinha importância e que ele nem se lembrava daquilo. Tirei um grande peso das costas e, enfim, descobri que estava me torturando desnecessariamente.

Quanto mais adiamos uma conversa mais aumentamos as nossas dores, medos e anseios.

Mas o que fazer quando a única maneira de resolver a situação é falar com alguém que não quer conversar contigo? Alguém que não atende as tuas ligações, não abre os teus e-mails e te bloqueou em todas as redes sociais.

A minha grande saída neste caso é escrever. Antigamente eu escrevia letras de músicas e poesias. Se eu estivesse em alguma sala vazia na escola, com certeza estava escrevendo por estar triste ou ter brigado com alguém. Hoje já não consigo mais, tenho um grande bloqueio criativo para compor. Então escrevo cartas. Estas cartas normalmente transcrevem o que está atormentando a minha mente e prejudicando as minhas noites de sono.

Costumo escrever como se eu estivesse conversando com o destinatário e na maioria das vezes sou hostil, dramático, e hiperbólico. Antes de terminar de escrever já estou arrependido das coisas que escrevi, mas é o que eu precisava desabafar, não posso guardar dentro de mim. E não guardo mesmo. Pode passar o tempo que for, hora ou outra eu acabo entregando a carta ao seu destinatário. Na maioria das vezes eles não ficam satisfeitos, mas são águas passadas, o que está ali eram mágoas que muitas vezes já curei.

Portanto, se um dia você receber uma dessas cartas, não se abale. Com certeza era o que eu sentia na hora, mas se você está lendo é porque eu já superei.