quarta-feira, 30 de maio de 2018

TDAH e os sentimos ruins

"A gente precisa matar um leão por dia!" é uma frase que as pessoas dizem com frequência.
O indivíduo com TDAH cria diversos leões ao dia. Alguns surgem com o tempo, alguns acompanham desde sempre.
O problema é que não somos psicologicamente maduros para enfrentar estes leões sozinhos.
Frustrações, rejeições, decepções parecem inúmeras vezes maiores para o portador do transtorno.
Para quem acompanha todas estas frustrações acaba se acostumando e o sentimento passa a ser visto como exagero.
É neste momento em que a pessoa começa a guardar para ela o que a incomoda e aos poucos tudo vai se tornando uma bomba relógio. Não é a toa que a depressão é uma comorbidade tão comum aos TDAH.
Em um dos grupos que faço parte recebemos reclamações diárias de falta de apoio e de incompreensão. Nos apoiamos todos os dias e, infelizmente, todos os meses recebemos pelo menos uma postagem como esta do print.
Por isso lutamos tanto pra divulgar o TDAH. Para que familiares e amigos saibam lidar com os portadores da disfunção.
O que sentimos não é frescura, os exageros não são para chamar a atenção. Sofremos diariamente para cumprir as nossas tarefas, para não procrastinar e tentar não decepcionar aqueles que amamos.
Cuide de quem você ama.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Saí de mim

Há poucos dias eu estourei. Pensei que nunca mais aconteceria, mas eu parei de me medicar pra viajar.
Tinha tanta coisa acontecendo, tantos problemas pra resolver, tantas vozes na minha cabeça.
E aí me tiraram do sério. Sabe quando alguém está fazendo algo errado e mesmo assim te provoca e continua? Sim, era uma criança birrenta com mais de 30 anos nas costas. E isso foi o que me deixou mais emputecido. Ela deveria demonstrar respeito para ser respeitada também.
Bufei, gritei, respirei fundo, me afastei e segurei para não chorar de raiva. Queria estar arremessar a garrafa que estava na minha mão. Queria estourá-la no muro de pedras. Mas apenas traria a atenção pra mim num momento em que o que eu mais desejava era passar despercebido.
Refletir me deixou muito mais calmo, mas uma coisa é certa: às vezes a gente perde o controle e nem percebe.